mucho se fala das sacolas plásticas, dos canudinhos, cotonetes hastes flexíveis, etc, etc. mas se tem uma categoria poluidoríssima e que, permeia nossa vidinha provavelmente desde a nossa gestação é a de medicamentos. a alopatia, infelizmente, é a forma de terapia mais comum na nossa -doente- sociedade.
cê já teve a sensação de que farmácias brotam em seu bairro?
ou que é mais fácil comprar um Dorflex do que um bom pão caseiro?
muy bien, não é ilusão, é lucidez. já que, de fato, temos mais drogarias que padarias nesse Brazél, país onde há uma farmácia pra cada 3 mil pessoas (apenas O DOBRO do aconselhável pela Organización Mundial de Saúde, ué).
além da problemática da automedicação e de estarmos em 7º lugar das nações que mais consomem medicamentos no mundo, nós pós-consumimos muito mal também, obrigada.
a contaminação ambiental já começa lááá na produção, de nossa kirida indústria farmacêutica passando por nossas fezes e urina (pra algum lugar tem que ir né). mas grande parte da poluição é devido ao descarte irregular, que soma cerca de 20% do que produzimos.
a nossa legislação é -não me digas?- precária e a desinformação é grande. pasito a pasito, com nossa parcela de responsabilidade, tenho fé que bamos reverter - ou ao menos reduzir - esses números.
¿CÓMO?
1.primeiro, como sempre, com o bom&velho questionamento.
é fundamental rever a nossa relação com o consumo de remédios e com o remediar. a negligência da auto-observação e de sentir o próprio corpo, faz com que a gente não identifique pequenos desequilíbrios de saúde que poderiam ser corrigidos com procedimentos mais naturais/vitais: qualidade do sono, exercício físico regular, alimentação balanceada e o bom&velho chá, acredite. mas, esses sinais passam despercebidos e aí as enfermidades evoluem, precisando de intervenções maiores e mais agressivas.
não deu pra evitar o rolê medicamentoso? usou uma bisnaga uma única vez pra algo específico e ela mofou na gaveta? sobrou ½ comprimido?
2. eis o que não-fazer~dejeito~ nenhum:
na lixeirinha? nem pensar.
além de contaminar todo o restante dos seus resíduos, sendo prejudicial para quem revira lixeiras e entra em contato com elas no aterro (sempre bom lembrar que o lixo não se desintegra e sempre continua em algum lugar né….), a contaminação das águas acaba sendo uma certeza, já que no aterro, o solo e consequentemente o lençol freático, será contaminado também. como se não bastasse, os remédios também fazem com que bactérias fiquem resistentes, ou seja, preocupação pouca né.
privada ou ralo? diosmio, nenhum dos dois.
em contato com a água esses químicos contaminam organismos aquáticos, águas superficiais (rios, lagos, oceanos) e subterrâneas (lençol freático). estragão irreversível.
(parênteses para um momento #Caotiflix - o filme coreano “O Hospedeiro”, do diretor e roteirista Bon Jon Hoo, de “Parasita” de uma forma bem sci-fi cria um cenário do caos potencial dessa contaminação)
“ah mas é só um tiquinho...”
o risco tá justamente nesse tipo de pensamento. mesma coisa pro esfoliante do cosmético e do creme dental… esses micropoluentes podem ser ínfimos, mas quando falamos em uma larga escala, trazem grandes consequências. eu seeeei que muitas vezes não fazemos por mal, maaas agora vc pode dar uma chance.
bueno, agora que sabes como não proceder, bamos aos procederes:
3. entendendo as embalagens
infelizmente, nosso sistema produz embalagens cada vez mais complexas, e isso também vale pros medicamentos.
mas é facinho de entender que parte desses resíduos não têm contato direto com o medicamento (plásticos de seringa, caixinhas de papel e a própria bula included). elas têm um papel secundário e são mais inofensivas, devendo ser destinadas pra reciclagem comum.
já as embalagens que têm contato direto com esses remédios&químicos, como bisnagas, frascos (de vidro ou plástico), aplicadores/seringas, blisters (cartelas de comprimidos) exigem um cuidado extra.
4. la organización
na casa da minha família, implementei um sisteminha de organización bem básico para a separação dessas embalagens primárias: ao lado dos medicamentos - que são guardados na cozinha, longe de umidade-calor, vale lembrar - coloco potes de vidro reutilizados, onde são depositados blisters/cartelas. ao lado, também vão se alinhando frascos, potes e bisnagas - isso ao longo de meeeeeses (repare na quantidade acumulada por 6 meses, pelos 4 membros da família).
a grande vantagem dessa separação é que mesmo sem muito esforço de vedação, diferentemente dos alimentos/matéria orgânica, não atraem insetos ou manifestam cheiro, não gerando a necessidade de fazer uma manutención tão a risca.
de tempos em tempos, claro, também vale a triagem dos medicamentos que ultrapassaram o prazo de validade.
5. encaminhamento correto
o destino disso tudo? incineração.
com uma temperatura sussa que varia de 800 a 1200ºC, as cinzas geradas devem ser encaminhadas a aterros especiais, tudo de acordo com a legislação vigente.
pra isso, nosso dever é o de encaminhar essas embalagens primárias e os medicamentos vencidos para pontos de coleta: farmácias, mercados e Unidades Básicas de Saúde (UBS) - que é onde eu costumo encaminhar.
a ferramenta de busca do Portal eCycle te ajuda a localizar uma UBS próxima de você e, pra não faltar opção, recomendo também o Descarte Consciente o maior programa no Brazél para coletas de embalagens& medicamentos vencidos.
(sempre lembrando que melhor que descarte consciente é consumo consciente, cês sabem)
então, resuminho:
Caixas, bulas, plásticos de proteção >>> Reciclagem Comum
Bisnagas, frascos, cartelas & VENCIDOS >>> Coleta / Incineração
e uma reflexión bagunçadinha pra cabezita Caótica:
a grande verdade é que o ciclo de vida dessas dorgas é de responsabilidade compartilhada dos fabricantes, importadores, distribuidores e adifinha? do poder público. e que, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) instituída tardiamente em 2010, determina que a logística reversa é obrigatória.
ou seja, mesmo que recebam de cara feia (já aconteceu comigo várias vezes) saiba que cê tá no direito de deixar seu potinho de blisters&frascos&pomadas numa grande rede de drogarias e falar um, te vira kirido.
e outra grande vdd é que nós, como meros membros da sociedade civil, fazemos nossa parte e com um voto de fé, não geramos/REDUZIMOS (é sempre a melhor opção), separamos, encaminhamos e rezamos pra que isso tenha o menos impacto no solo-água-ar, mas a vdd é que impacto continua tendo.
o fundamental é ter a consciência dessa responsa mútua e repensar nossas relações - com a nossa saúde e, consequentemente, com o meio ambiente.
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