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vida que (não) vem de container

fotografar cerca de 40 detalhes do cotidiano de seu lar. essa lição de casa (a mais de casa da minha vida) foi solicitada por Ana Holanda, dentre tantas outras definições, a.k.a. minha musa da escrita afetuosa.


com toda empolgación de estar realizando o curso que há tantos anos sonhei-namorei-planejei, cês podem imaginar que conclui a tarefa rapidin. e também por outros fatores como: 

1) um apê paulistano de metragem essencialista (a icônica&irônica @estarmorta exemplifica bem);

2) meu olhar atentíssimo&treinado para caçar #caóDicas pela casa;

3) ter tooodos meus pertences organizados&mapeados mentalmente (Gugu Na Minha Casa teria 0 emoções....);

4) pq vivo em contato com cada coisinha, diariamente (tudo que me pertence tem função. para além do utilitário, importante dizer).


nesse exercício fica nítido como todo objeto é uma conversa em potencial.

um objeto é um portal. para histórias de décadas anteriores, de fatos históricos ou simplesmente pra memórias das mais simples: do momento em que aquilo passou a morar na sua vida ou da pessoa envolvida com aquele objeto.

compras, achados, heranças, presentes.





desde o super nintendo, que me viu crescer e resiste lindamente (e talvez milagrosamente) ao tempo.





passando pela barra organizadora com utensílios de cozinha das mais distintas origens&razões de existência...






e também pela cadeira em que minha avó tomava seu cafézin da manhã e a rede de 1998, importada da Praia Grande, litoral de SP.









até o realizado sonho da geladeira própria, do jeitinho que eu queria e negociada de um primeiro dono. conectada na gambiarra da régua de tomadas, me lembrando que cresci, mas nem tanto. 


o exercício é infinito. a narrativa permeia tudo.

e junto dela, o fatídico questionamento: as coisas que me pertencem me emocionam? me dão vontade de cuidar, morar... de viver? foram chegando como uma construção, pasito a pasito?

ou apressadamente, meio que tudo pronto, planejado, previsível, despejado de um container... sabe-se lá de onde...

repare que o que tem menos velocidade, tem mais história.

e o que tem mais história, tem muuucho más valor.

re pare.

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